segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Resumo da obra: "O Auto da barca do Inferno"

O “Auto da Barca do Inferno” foi apresentado pela primeira vez em 1517 e é uma obra do português Gil Vicente. Ele é um auto de moralidade, onde critica os costumes e comportamentos dos indivíduos daquela época. Ele representa o juízo final, o Anjo de forma irônica e o Diabo – Juiz de uma forma sedutora.  O cenário é um porto, onde encontramos duas barcas: uma que conduz a glória, comandada por um anjo; a outra é a do inferno, comandada pelo diabo.
Quando as pessoas morrem, elas são obrigadas a ir a esse lugar e podemos perceber que todas elas acabam indo primeiramente a barca do inferno, sendo condenadas pelos seus atos e julgadas pelo diabo e pelo anjo.
O primeiro a entrar na barca é Figaldo acompanhado por um pajem, que carrega uma cadeira, que simboliza seu status social. Ele representa a nobreza e é condenado à barca do inferno por ter levado uma vida cheia de pecados, luxuria e tirania. Primeiramente ele zomba do Diabo e diz que seu destino não era aquele, pois na outra vida tinha pessoas rezando por ele. Então ele revolve ir à barca da glória e nela o Anjo o despreza dizendo que: “Não se embarca tirania/ neste batel divinal” (84-85), mas isso não convence Figaldo, que insiste em ir para a barca da glória, mas o Anjo diz que a barca da glória é pequena para o tamanho da sua vaidade.
Frustrado o Figaldo caminha para a barca do inferno, mas pede ao Diabo para deixá-lo ver sua amada, pois pensa que ela sente muito sua falta, mas o Diabo fala que a mulher que ele pensava que o amava, estava apenas enganando-o. Em relação ao pajem, o Diabo manda-o embora, pois não é sua hora.
O segundo personagem é Onzeneiro (juros de 11%), que é um agiota, que traz consigo uma bolsa, que seria usada para comprar o paraíso. Ele não quis embarcar na barca do inferno, então se dirige a barca da glória. Mas ele não pode embarcar, pois foi muito ganancioso, avarento e enganava muitas pessoas. Ele acaba indo para a barca do inferno, porém pede ao Diabo para ir buscar seu dinheiro, mas o Diabo não deixa buscar tal riqueza explorada.
O quinto a chegar é o Frade com sua amante que só tem papel teatral na obra, assim como o pajem. Ele chega cantarolando e dançando com sua amada e trazia consigo uma espada, um capacete e um escudo. Ele é condenado a ir para a barca do inferno, pois seu comportamento durante a vida não era digno de um padre, pois era pecador, tinha varias mulheres e usava armas, um objeto que o clero não podia ter e usar.
A sexta a chegar é Brísida Vaz, dona de um prostibulo e uma feiticeira. Ela enganava vários homens dizendo que as meninas que ela prostituía eram virgens. Ela tenta convencer o Anjo a levá-la na barca, mas ela é condenada por seus atos de feitiçaria e prostituição.
Os próximos são o corregedor e o procurador que representam o judiciário, onde trazem livros e processos, mostrando seu materialismo. O Diabo os convida a entrarem, porém eles começam a suas defesas e vão à barca da glória. Lá eles são condenados à barca do inferno por manipularem a justiça em beneficio próprio.
Por fim, chegam à barca quatro cavaleiros que lutaram e morreram em uma guerra santa, onde defendiam o cristianismo. Eles são recebidos pelo anjo e perdoados pelos seus atos.
Como podemos perceber está obra é uma sátira que serve para nos mostrar a verdade na sociedade de Gil Vicente e se pararmos para pensar, não está longe do nosso tempo (2012). Os personagens possuem características típicas dos seus verdadeiros representantes e aqueles que foram condenados ao inferno sempre trazem consigo objetos que representam seus pecados, seu apego à vida e ao materialismo.

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